V Semana da Capoeira No dia 01 de setembro de 2018, no
Bairro do Recife, aconteceu a 5º Semana Municipal da Capoeira, no Paço do
Frevo.
O evento, promovido
pela Prefeitura do Recife foi iniciado com homenagens ao Mestre Sapo, prógono
da capoeira de Angola, que faleceu neste respectivo ano. A mãe do conhecido
mestre recebeu uma placa homenageando-o. Em resposta ao presente, ela disse:
“Agraço de coração à Prefeitura do Recife por essa homenagem. Meu filho ajudou
muita gente através da capoeira.” E, ainda, Sueli Valongueiro, ex-companheira
de Humberto afirmou seu amor pela capoeira dizendo: “Ele não jogava capoeira,
ele vivia capoeira. Era o que mais lhe dava prazer. Ele deu muitas
oportunidades aos jovens da comunidade (...). Ele não considerava a capoeira
apenas um esporte, mas uma filosofia de vida.”.
Antes do início do
evento de acordo com sua programação, uma roda de capoeira, promovida pelo
Fórum Municipal Permanente de Políticas Públicas para a Capoeira, foi elaborada
ao meio da rua, com um cortejo à volta da Praça do Arsenal com melodia, ao
fundo, da Orquestra de Lagoa de Ouro, do Agreste de Pernambuco.
Durante a extensão do
projeto, o mestre Sérgio Sena, do grupo Herança
de Angola, explicou, resumidamente, a diferença entre a capoeira regional e
a capoeira de Angola. Segundo ele, a capoeira angolana trabalha em maior nível
com a luta. Por sua vez, a regional usa mais acrobacias e saltos, além da corda
para definir a graduação de cada discípulo.
Mestre Sérgio
aproveitou para falar sobre a ligação existente entre o Frevo e a Capoeira. De
acordo com suas palavras, a capoeira se fez de formas dissemelhantes nas
diferentes regiões escravistas que fora praticada anteriormente. Em Pernambuco,
os praticantes sofriam perseguições, pois a prática capoeirista era proibida e,
quando eram pegos, para não serem levados para a Ilha de Fernando de Noronha,
alegavam estar dançando frevo. Ele diz: “a capoeira vem de um processo de luta
e libertação” e completa: “o frevo surgiu a partir da capoeira, como
instrumento de sobrevivência.”.
O evento, cujo tema foi
Em Recife tem Dendê, teve
continuidade até o dia 06.09, tendo como objetivo discutir os meios de
preservação e difusão do patrimônio, contando com oficinas, rodas de conversa e
capoeira. Também teve o apoio de instituições como o Instituto de Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan); contribuição organizacional da Gerência
de Igualdade Racial da Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude,
Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos do Recife (SDSJPDDH); tendo como
parceiras as Secretárias de Cultura, saúde e turismo, esporte e lazer, assim
como também o Fórum Municipal Permanente de Políticas Públicas para Capoeira.
Também teve a assistência do Movimento Negro Unificado e do Núcleo de Estudo
Afro-brasileiro e indígena da Universidade Católica de Pernambuco.